Uma das maiores preocupações dos líderes reunidos em Davos, foi o da desigualdade económica. Ninguém se atreveu a referir a noção de economia trickle-down (aumentar os rendimentos dos mais ricos, esperando que tal, venha mais tarde, a beneficiar a restante população). Ainda que a perceção de os Estados Unidos não serem a terra das oportunidades, outrora apregoada seja bastante desconcertante, tanto para os estrangeiros como para os norte-americanos, a desigualdade de oportunidades à escala mundial é-o ainda mais.
Não podemos dizer, com justiça, que o mundo é "plano", quando um cidadão africano comum recebe algumas centenas de dólares como investimento no seu capital humano e, ao mesmo tempo, os cidadãos norte -americanos ricos recebem dos seus pais e da sociedade recompensas num valor superior a meio milhão de dólares. Um ponto alto da reunião de Davos foi o discurso de Christine Lagarde, a diretora do Fundo Monetário Internacional, que salientou as mudanças acentuadas na sua instituição nas altas esferas: a maior preocupação com os direitos das mulheres; a renovada ênfase na relação entre desigualdade e instabilidade; e o reconhecimento de que a negociação coletiva e o salário mínimo podem contribuir de forma ativa para a redução da desigualdade.
A Associated Press, organizou uma pertinente sessão sobre tecnologia e desemprego: podem os países, sobretudo os do mundo desenvolvido, criar postos de trabalho de qualidade, face a uma tecnologia moderna que tem substituído os trabalhadores por robots e outras máquinas de tarefas rotineiras? De um modo geral, o setor privado europeu e norte-americano tem sido incapaz de criar muitos postos de trabalho de qualidade desde o início deste século. E, mesmo na China e noutras regiões do mundo, com setores transformadores em pleno desenvolvimento, a grande parcela do aumento na produção, obteve-se, devido a melhorias na produtividade frequentemente associadas a processos automatizados que destroem o emprego.Os que têm sofrido mais, são os jovens, cujas perspetivas de futuro são bastante afetadas pelos longos períodos de desemprego que hoje se verificam. As previsões do FMI, divulgadas durante o encontro de Davos enfatizam o quanto o mundo se tornou desigual: estima-se que o crescimento do PIB nos países industrialmente avançados se situe nos 1,4% este ano, enquanto os países em desenvolvimento continuarão a crescer a uns robustos 5,5% ao ano.
Embora os líderes ocidentais tivessem falado sobre a possibilidade de dar um novo fôlego ao crescimento, e, ao emprego, não apresentaram nenhuma política correta.
Na Europa,o foco continuou a ser austeridade, com auto-congratulações sobre os progressos obtidos e com reafirmação de um rumo que até agora, levou toda a Europa a entrar em recessão e o Reino Unido a três períodos de abrandamento. Talvez a nota mais otimista tenha vindo dos mercados emergentes, embora o risco da globalização seja o de implicar uma nova interdependência, com o perigo de algumas más políticas económicas nos Estados Unidos e na Europa poderem causar grandes danos às economias em desenvolvimento. Os mercados emergentes mais bem-sucedidos conseguiram gerir a globalização, de modo a manter mais crescimento sustentável, mesmo quando confrontado com o fracasso do Ocidente. A Europa focada em assegurar o projeto europeu e a falta de liderança global, foi um dos motivos de preocupação e liderança de Davos.
Nos últimos 25 anos, passámos de um mundo dominado por duas super potências para um outro dominado, apenas por uma, e agora, num mundo multipolar. Temos de aprender a viver e a prosperar neste novo mundo.
Não podemos dizer, com justiça, que o mundo é "plano", quando um cidadão africano comum recebe algumas centenas de dólares como investimento no seu capital humano e, ao mesmo tempo, os cidadãos norte -americanos ricos recebem dos seus pais e da sociedade recompensas num valor superior a meio milhão de dólares. Um ponto alto da reunião de Davos foi o discurso de Christine Lagarde, a diretora do Fundo Monetário Internacional, que salientou as mudanças acentuadas na sua instituição nas altas esferas: a maior preocupação com os direitos das mulheres; a renovada ênfase na relação entre desigualdade e instabilidade; e o reconhecimento de que a negociação coletiva e o salário mínimo podem contribuir de forma ativa para a redução da desigualdade.
A Associated Press, organizou uma pertinente sessão sobre tecnologia e desemprego: podem os países, sobretudo os do mundo desenvolvido, criar postos de trabalho de qualidade, face a uma tecnologia moderna que tem substituído os trabalhadores por robots e outras máquinas de tarefas rotineiras? De um modo geral, o setor privado europeu e norte-americano tem sido incapaz de criar muitos postos de trabalho de qualidade desde o início deste século. E, mesmo na China e noutras regiões do mundo, com setores transformadores em pleno desenvolvimento, a grande parcela do aumento na produção, obteve-se, devido a melhorias na produtividade frequentemente associadas a processos automatizados que destroem o emprego.Os que têm sofrido mais, são os jovens, cujas perspetivas de futuro são bastante afetadas pelos longos períodos de desemprego que hoje se verificam. As previsões do FMI, divulgadas durante o encontro de Davos enfatizam o quanto o mundo se tornou desigual: estima-se que o crescimento do PIB nos países industrialmente avançados se situe nos 1,4% este ano, enquanto os países em desenvolvimento continuarão a crescer a uns robustos 5,5% ao ano.
Embora os líderes ocidentais tivessem falado sobre a possibilidade de dar um novo fôlego ao crescimento, e, ao emprego, não apresentaram nenhuma política correta.
Na Europa,o foco continuou a ser austeridade, com auto-congratulações sobre os progressos obtidos e com reafirmação de um rumo que até agora, levou toda a Europa a entrar em recessão e o Reino Unido a três períodos de abrandamento. Talvez a nota mais otimista tenha vindo dos mercados emergentes, embora o risco da globalização seja o de implicar uma nova interdependência, com o perigo de algumas más políticas económicas nos Estados Unidos e na Europa poderem causar grandes danos às economias em desenvolvimento. Os mercados emergentes mais bem-sucedidos conseguiram gerir a globalização, de modo a manter mais crescimento sustentável, mesmo quando confrontado com o fracasso do Ocidente. A Europa focada em assegurar o projeto europeu e a falta de liderança global, foi um dos motivos de preocupação e liderança de Davos.
Nos últimos 25 anos, passámos de um mundo dominado por duas super potências para um outro dominado, apenas por uma, e agora, num mundo multipolar. Temos de aprender a viver e a prosperar neste novo mundo.
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