sábado, 2 de novembro de 2013

ACABAR COM A CLASSE MÉDIA?

O programa do FMI é dirigido contra a sofrida classe média, pois os salários são reduzidos, os direitos sociais são cortados e existe precariedade no emprego.
Em 2009, espalhou -se o pânico na Zona Euro: foi o início da crise europeia, que começou na Grécia, Irlanda e Portugal e infetou o conjunto da União Europeia que ameaçava destruir a própria construção europeia. Dois milhões de pessoas em Portugal ultrapassavam o limiar da pobreza. As desigualdades entre ricos e pobres acentuaram -se e milhões de pessoas vivem do Rendimento Social de Inserção.
Durante esta etapa, o aumento da procura de trabalhadores jovens, com baixo nível de formação e relativamente pouco qualificados, em relação aos trabalhadores experimentados, formados e qualificados, levou muitos jovens a abandonar o sistema educativo e a sua formação, antecipadamente. Também o desemprego e a enorme perda do poder de compra, fez com que os trabalhadores jovens formados e bem qualificados, trabalhassem mais, por menos dinheiro e em piores condições.
Portugal é um país de novos pobres.. Os novos pobres poderão ter de deixar de comer e correm o risco de se aproximarem da exclusão social. Fomenta -se o medo dos cidadãos, fazendo -os acreditar que é necessário  escolher entre austeridade e caos. A classe média era o principal sustentáculo do Estado Social e o seu desaparecimento implica o desaparecimento deste.
O mais elementar senso comum indica-nos que os cortes contraem tanto o consumo, como  atividade económica, havendo mais recessão, uma maior quebra do rendimento, com a consequente manutenção do défice e crescimento da dívida pública. Em Portugal, o desemprego dispara e a pobreza aumenta, sem que os sacrifícios sirvam para recuperar o crédito, nos mercados financeiros.
No âmbito das medidas para fazer face à crise financeira atual, o mal -estar pessoal adicionado às dificuldades da vida económica irá ter consequências muito além do aspeto económico. Está a ser criada uma sociedade cada vez mais insegura na sua vida profissional, pessoal e familiar, incapaz de enfrentar as exigências de uma economia caótica, que está a levar para a bancarrota nações inteiras, a conduzir populações para níveis de sofrimento e, para outros uma oportunidade inédita para ganhar muito dinheiro. Como? Todos os mercados de obrigações não -europeus estão a enriquecer à custa do nosso sofrimento. Os Estados Unidos, os países asiáticos, a Áustrália, a dívida soberana de todo o mundo experimenta uma pequena idade do ouro graças às nossas dificuldades.
Voltamos  confiar no ouro, que cimentou o nascimento da nossa economia e que, segundo muitos especialistas pode voltar a recuperar o seu protagonismo como fator regulador da economia mundial.

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