quinta-feira, 8 de março de 2012

COMO PÔR A ECONOMIA A CRESCER?

Nos pacotes de ajuda aos países com dificuldades na zona euro, os programas de austeridade necessários para reduzir os défices estão a anular o crescimento indispensável para tornar a dívida suportável. Por outro lado,os passos necessários para melhorar a competitividade dentro da zona euro exigem a manutenção de baixos preços e salários, tornando ainda mais difícil controlar a dívida. O problema da recessão é grave: reduzir as necessidades de financiamento e o défice público, vender activos, aumentar as poupanças das famílias, não basta. Deverá ser necessário mais crescimento económico: para estabilizar a dívida pública precisamos de crescimento do PIB, muito mais elevado, sendo fundamental um orçamento equilibrado para ter um crescimento sustentado, isto é: um crescimento económico que ao mesmo tempo reduza o défice em relação ao exterior. Quais os sectores que poderão constituir uma vantagem competitiva para Portugal? Talvez orientar a produção para o sector de bens transaccionáveis, apoiando as exportações e procurando perceber se há capacidade para aumentarem ou, se é necessário mais investimento na produção.  Portugal deve exportar produtos nacionais bem sucedidos e apreciados, para podermos melhorar a imagem desses mesmos bens no exterior. Ainda mais: deve-se procurar inserir Portugal nos circuitos económicos mundiais, numa perspectiva cosmopolita, ou seja: mais Portugal no mundo, mais mundo em Portugal, pelo que isso iria implicar uma maior internacionalização. É certo que o problema da competitividade não se restringe às exportações, que até têm crescido a um ritmo favorável, mas sim na travagem do excessivo crescimento das importações. O consumo tem a ver com a sua orientação para bens nacionais, sempre que possível, moderando a aquisição de produtos importados.  O aumento das exportações não será por si só suficiente senão reduzirmos ao mesmo tempo as importações, ou seja, é preciso produzir e poupar. Há também um consenso na ideia de que um dos mais cruciais instrumentos de combate à crise é o aumento da competitividade do país. Ora a competitividade, o aumento do emprego, o crescimento económico só poderão vir da iniciativa privada. A produtividade é determinada pela circulação de ideias, pela capacidade de absorver novas tecnologias, passando pela qualificação dos trabalhadores e dos empresários. Paralelamente a competitividade e o sucesso de um país demora tempo. Qual a condição para sairmos da crise e pôr a economia a crescer? É ganhar a confiança nos mercados internacionais e Portugal ser visto como um local seguro de investimento. A nossa recuperação económica vai fazer -se primeiro nas exportações, e, depois vai haver um período em que o investimento seja não só nacional, como também internacional. É importante que Portugal seja bem visto pelos investidores internacionais como um bom local para investir. O turismo obriga à importação temporária de cidadãos estrangeiros para que possam consumir em Portugal, pelo que também é uma mais -valia para o nosso país poder crescer a um ritmo sustentado.

Sem comentários:

Enviar um comentário