domingo, 8 de janeiro de 2012

O FIM DO EURO?QUE CUSTOS TEM PARA OS PORTUGUESES?

A crise da dívida e a incapacidade europeia de resolver o problema levou muitos especialistas a alertar para a possibilidade da saída do euro. No Banco de Portugal e no sistema financeiro são pronunciadas as palavras."os cenários da saída do euro são especulativos e perigosos" Como é que este processo decorre e que custos tem para os portugueses? Sem ajuda externa, Porugal pode sofrer um colapso da economia e do sistema financeiro. Serão tomadas algumas medidas de emergência:
- O regresso ao escudo teria de ser anunciado de surpresa para evitar fuga de capitais: quem tiver euros ficaria com eles, quem tiver dinheiro nos bancos portugueses, já só iria levantar escudos. A confusão será grande porque todos os preços estão em euros, até ser anunciada a nova taxa de câmbio euro - escudo e imediatamente irá notar -se uma forte retração no consumo. Em simultâneo, o Governo terá de acabar com a liberdade de circulação de capitais para o exterior e fechar as fronteiras físicas. O objetivo é travar a fuga de capitais(euros) para fora do país. Depois é necessário fixar uma taxa de câmbio para o novo escudo face ao euro. Sem liberdade de circulação de capitais, o Banco de Portugal pode fixar o valor que quiser, não sendo obrigado a defendê-lo no mercado cambial, que ficará suspenso para o escudo. O Banco Central deverá também fixar as taxas de juro e regras para a banca trabalhar com a nova moeda quando voltar a abrir.
- Os bancos passariam a ter depósitos e crédito em escudos. A dificuldade maior residia no facto de substituir as notas e as moedas. Levantam -se cenários como o de se carimbar os euros (notas) com a respetiva desvalorização implícita na nota. Quanto às moedas, quem as produz é a Imprensa Nacional Casa da Moeda que não avança por quanto tempo seria preciso para produzir. Quando os bancos abrissem no  day after não se levantavam euros, apenas escudos, que valeriam menos por fixação do Banco Central e que, com o tempo, poderiam desvalorizar bastante mais. Numa primeira fase, pode haver um sistema transitório, mas era necessário substituir todas as notas e moedas por escudos. Um processo moroso e que teria fortes perturbações na economia com incerteza quanto aos preços e a tentativa permanente da fuga de capitais. Com a saída do euro, o Banco de Portugal teria de se preocupar com o financiamento externo: Portugal tem défice externo e necessita de divisas para pagar as compras que faz lá fora. As exportações são uma fonte de receita, mas não chegam. Seria inevitável limitar as importações através da imposição de quotas. O problema é que parte das importações são petróleo, indispensáveis ao funcionamento da economia e o Banco de Portugal teria ainda de participar no financiamento do Estado, através da emissão de moeda que trazia inflação e desvalorização do escudo.  O sistema financeiro seria todo nacionalizado e algumas empresas e serviços também. Os depósitos com ou sem nacionalização da banca, estão garantidos através do Fundo de Garantia de Depósitos. As dívidas ao exterior teriam de ser pagas em euros e valeriam uma fortuna. O caos financeiro poderia originar fortes perturbações nos fornecimentos de bens e serviços e uma inflação muito elevada. O regresso ao escudo representaria necessariamente um empobrecimento para os portugueses. Porquê? Porque a moeda nacional ao ser desvalorizada, o poder de compra no exterior seria menor.  O crédito seria fortemente controlado e as taxas de juro seriam mais elevadas. Ao mesmo tempo, o Estado teria de controlar as contas e travar as importações. Por isso iria apertar o cinto das famílias. O desemprego aumentaria e para muitas pessoas mesmo com emprego, teriam de viver com bastante menor poder de compra .

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