A China é uma das nações mais populosas do Palneta: é o novo centro do mundo onde se vai decidir o futuro da humanidade. A esperança de progresso, assim como os riscos de catástrofe, a recuperação da miséria, a guerra contra a poluição, a liberdade ou a repressão é o destino do séc.XXI. Como deve a China usar a sua influência no mundo? É atualmente o maior exportador mundial e o segundo maior importador, depois dos EUA. Gere os maiores excedentes mundiais da balança comercial e de pagamentos, detem um terço das reservas mundiais e o maior fluxo de poupança no mundo. É o principal importador de um vasto leque de matérias - primas e é o país que estabelece os preços de numerosos produtos. O principal objetivo da China assenta num ambiente económico e político global estável, pacifico e cooperativo. Como atingi -lo? Agir em conformidade com as regras e princípios de um sistema global de cariz institucional regido por normas e leis, ter um papel ativo na ronda de Doha, no sentido de ajudar as negociações a chegarem a uma conclusão satisfatória e proteger os crescentes investimentos diretos no exterior. Na qualidade de ator global, a China tem particular interesse em que os acordos comerciais regionais que venha a celebrar, sejam compatíveis com as regras globais. No que respeita aos pagamentos, a questão que se levanta no imediato, prende -se com os desafios que os elevados excedentes da balança comercial e de pagamentos colocam à China e ao seus parceiros. Chen Denmin, ministro do comércio chinês, declarou recentemente que é urgente " estabilizar as exportações, ampliar as importações e reduzir o excedente". Sem dúvida que a China reconhece que à acumulação de ativos sobre dívida estrangeira "segura" deve corresponder idêntica oferta. A procura é satisfeita através da desestabilização dos défices orçamentais e externos dos EUA. A China deverá agilizar a liberalização da saída de capital e aumentar a flexibilidade da sua taxa de cambio. Deve ainda desenvolver uma estratégia para reformar o sistema monetário global, conforme o seu interesse em manter uma gestão equilibrada entre o desenvolvimento interno e a estabilidade global. Um dos passos desejáveis é uma maior articulação na gestão da taxa de cambio com outras economias emergentes orientadas para as exportações. Também é do interesse da China que as dicussões com os seus parceiros do G20 deem lugar a compromissos pragmáticos, os quais devem focalizar -se nos indicadores dos desequilíbrios globais, nos métodos de ajustamento e na provisão de liquidez aos países em dificuldades. No setor da finança, os objetivos da China são de criar um sistema interno capaz de sustentar o desenvolvimento economico do país e ajudar a promover uma economia mundial relativamente estável. E quanto aos recursos? Atualmente a China é o maior importador de matérias - primas industrais, razão pela qual as políticas desenvolvidas neste âmbito teem particular relevância. O seu interesse mais imediato é ter acesso aos recursos mundiais em termos favoráveis.O milagre chinês passou por usar a mão -de -obra barata, aumentar a produtividade, a qualidade elevada de instrução pela investigação científica e investimentos em infra - estruturas modernas. Não obstante, seria chegar a um consenso sobre os termos de investimento e comércio de recursos naturais e garantir que os países exportadores de matérias - primas, beneficiem do investimento estrangeiro e das exportações de recursos naturais. A China será, seguramente, um dos principais atores na negociação desses acordos. Acima de tudo , porém, o mundo tem de aceitar que o princípio subjacente é aquele que decorre do comércio livre em mercados mundiais abertos. Os preços teem de ser estabelecidos em concorrência global, mantendo, obviamente a possibilidade de negociar contratos a longo prazo.À medida que a China cresce, o seu impacto no mundo aumenta exponencialmente, havendo um rápido desenvolvimento no plano interno e estabilidade no plano externo.
quarta-feira, 30 de março de 2011
sábado, 12 de março de 2011
Um Desafio Global: O Desenvolvimento Sustentável
O princípio base da Economia consiste na necessidade de adequar meios escassos à satisfação das necessidades múltiplas. Este princípio tem que ter a noção de que os meios escassos são também aqueles que suportam a vida: a qualidade do ar que respiramos, a água que bebemos, o sol que recebemos. O crescimento contínuo e localizado das regiões onde se produz com maior eficiência, aproveitando as economias de aglomeração, tem levado a um processo de urbanização, que se constroi em paralelo com graves alterações climáticas, escassez de água doce, perda de biodiversidade, desflorestação, erosão de solos aráveis, poluição, destruição de recursos, presença crescente de substâncias perigosas no ambiente, dificuldade de controlar as fontes de poluição, traduzindo a ausência de padrões de consumo sustentáveis. Perante estes factos as Nações Unidas tomaram consciência de que, sendo desejável que as economias continuem a crescer, esse crescimento pode ser feito com o respeito absoluto pelo futuro do Planeta e das condições de vida, com qualidade sobre a Terra. Assim, o relatório Brundtland formulou o conceito de Desenvolvimento Sustentável como sendo"o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades". Este conceito traduz uma visão do progresso que liga desenvolvimento económico, proteção do ambiente e justiça social. De facto, o conceito de desenvolvimento sustentável versa sobre um desenvolvimento economico, harmonioso e regionalmente equilibrado: níveis satisfatorios de emprego, coesão e inclusão social, um elevado nível de proteção do ambiente e o uso responsável de recursos naturais, a criação e implementação de políticas coerentes com a sustentabilidade em sistemas políticos abertos, transparentes e responsáveis. A humanidade não se pode esquecer que tem de assegurar a satisfação das necessidades das gerações presentes, sem esquecer as gerações vindouras. O que deixamos de herança às futuras gerações?
É necessário estabelecer um diálogo com as gerações futuras, assegurando que possam usufruir das mesmas oportunidades para satisfazerem as suas necessidades com um padrão de vida digno.Conseguir um desenvolvimento sustentável é uma tarefa de todos nós, quer dos países desenvolvidos, quer dos países em vias de desenvolvimento, sendo necessário a tomada de medidas à escala global, nacional e local, nomeadamente : a implementação de regimes democráticos que assegurem a participação de toda a população, fazendo chegar os benefícios de crescimento a toda a população;sistemas sociais mais equilibrados que assegurem uma justa redistribuição dos rendimentos, proporcionando igualdade de oportunidades a todos os cidadãos;sistemas produtivos rentáveis de forma a equilibrar o futuro do nosso planeta;sistemas de trocas internacionais mais justos, para que as populações dos países em desenvolvimento possam obter os rendimentos que permitam satisfazer as suas necessidades básicas e promover o desenvolvimento. É certo que os países industrializados são responsáveis pelas agressões ambientais. Mas também as populações dos países mais pobres destroem o ambiente na luta pela sobrevivência, muitas florestas e solos são destruídos, cursos de água poluídos, o que acaba por agravar mais a situação de pobreza em que vivem . É urgente combater a pobreza que atinge milhões de pessoas em todo o mundo, de forma a alcançarmos um nível de vida mais justo e digno de forma sustentável. No início do seculo XXI a ONU anunciou que o combate à pobreza constitui o principal objectivo a atingir por todos, nos próximos anos. Para isso é necessário:
expandir o comércio mundial; aliviar a dívida dos países em desenvolvimento;aumentar o valor da ajuda aos países em desenvolvimento; aumentar a transferência da tecnologia para os países em desenvolvimento.
O desenvolvimento sustentável é sem dúvida um desafio à escala global.
quinta-feira, 3 de março de 2011
O TEMPO PASSA, OS PROBLEMAS CRESCEM
A economia mundial vive a maior recessão dos últimos 80 anos. Os Estados endividaram -se fortemente para acorrer, quer à crise bancária, quer à recessão, criando-se dúvidas sobre a sustentabilidade das dívidas daí resultantes.Perante uma incerteza tão vasta, e tão nebulosa, os mercados interbancários praticamente cessaram de funcionar, ameaçando a fluidez do crédito necessário ao funcionamento da economia. A crise económica internacional bateu-nos à porta. Portugal vive numa dupla crise: uma crise nacional e uma crise internacional. A crise internacional começou por ser financeira e transformou -se a seguir numa grave crise económica e social. A crise nacional é , sobretudo, de competitividade sendo responsável pelo nosso contínuo empobrecimento. Ou seja, , antes da crise internacional, Portugal, já divergia da Europa, já se afundava nos rankings europeus de crescimento e prosperidade e se agravavam as desigualdades sociais. Feito este breve enquadramento, o problema central do nosso país é um problema de competitividade. Adquirir competitividade é o nosso objetivo necessário e exequível. Recuando aos anos 80/90, Portugal foi um país que criou riqueza, gerou emprego, modernizou -se cá dentro e ganhou credibilidade e prestígio lá fora. O que é preciso, é mudar as políticas para voltar a ganhar competitividade, no Estado, na Economia, na Educação , na Justiça e na Política. Precisamos cada vez mais de um Estado mais pequeno e menos gastador. Temos de reduzir o seu peso na economia e na sociedade. Temos de ser mais liberais na economia, condição essencial, para sermos mais ousados na criação da riqueza e na promoção da justiça social. O Estado tem de ser o exemplo de disciplina e poupança. Hoje o Estado é exactamente o contrário do que deve ser. Por isso temos um défice público grave que compromete seriamente o nosso futuro.O nosso problema orçamental, não é de receita a menos, mas de despesas a mais.Não podemos gastar mais acima das nossas possibilidades.É indispensável, fixar um plafond máximo de despesa, de forma a pôr fim ao contínuo endividadmento do Estado. Também é necessário reduzir o número de funcionários públicos, recorrendo a rescisões amigáveis e financiando as respectivas indemnizações. Por outro lado, o investimento público sem qualidade que agrava o nosso endividamento e não oferece qualquer contributo para a competitividade do país deve ser abolido. Trata -se de criar uma Comissão Nacional de Avaliação de Investimentos, integrada por personalidades independentes e de grande competência técnica, a qual terá que dar parecer prévio e obrigatório sobre todos os grandes investimentos públicos, pronunciando -se , designadamente sobre o carácter de cada projeto, sobre a relação custo -benefício e as suas consequências para o endividamento do país. É o caso do TGV em termos da relação custo -benefício, nas consequências que poderá ter para o país No domínio da Economia, a chave do nosso sucesso, não está no incentivo ao consumo. Está nas exportações e na atração de investimento privado de qualidade. Crescer, exportando mais e investindo mais e melhor, é a única via capaz de promover um crescimento sólido e sustentado. Precisamos também de colocar os impostos a níveis razoáveis. A minha opinião é baixar os impostos porque é necessário apostar numa política de competitividade fiscal, a favor da criação da riqueza, do crescimento e do emprego. A educação é um dos sectores mais importantes para vencer os desafios de uma sociedade cada vez mais competitiva e exigente. Passa - se demasiado tempo a discutir a avaliação dos professores e o estatuto da carreira docente.Mas a educação é muito mais que isto. Na educação deve assegurar -se a liberdade de escolha da escola e apostar na descentralização educativa. A exigeência e o mérito também devem ser reforçados. Finalmente ,combate -se a exclusão social e afirma -se o princípio da igualdade de oportunidades. Apostar na descentralização educativa e investir na autonomia das escolas é condição indispensável para obter melhores resultados. Quanto à justiça enfrentamos hoje uma crise de credibilidade e uma crise de discriminação social. O problema central da justiça não é de legislação. É de organização e de recursos: agrupar comarcas, especializar a justiça e dotar os tribunais de uma administração profissional eficaz; reforçar as competências dos Conselhos Superiores da Magistratura do Ministério Público e acentuar a sua legitimação democrática. No que respeita ao sistema político deverá haver um novo sistema eleitoral com círculos uninominais, para garantir a proporcionalidade. Portugal vive também uma crise de valores, agravando -se as desigualdades sociais. Se continuarmos por este caminho, podemos estar a criar condições para fazer despoletar uma explosão social. Entretanto surgiu um duríssimo programa de austeridade: cortes nos salários, novos aumentos de impostos, congelamentos de pensões de reforma e outras medidas de forte penalização social. Que soluções? O futuro da economia portuguesa está dependente das decisões tomadas na Cimeira Europeia. Na minha opinião, deverá haver um reforço da capacidade do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que poderá emprestar dinheiro a taxas de juro mais baixas e comprar dívida pública nos mercados para o equilíbrio das contas públicas do Estado.
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