A economia portuguesa foi arrastada pela crise financeira que teve origem nos EUA, e pela maior crise mundial desde a Grande Depressão de 1930. Por outro lado, Portugal confronta -se com uma elevada dívida pública, novos empregos, novos rendimentos e anos sucessivos de fraco investimento produtivo. Será que a crise em que vivemos foi resultado dos nossos excessos do passado?
A economia portuguesa passou por várias fases:
1- O forte aumento do endividamento das empresas e das famílias portuguesas, a partir de meados da década de 90;
2- O fraco desempenho da economia portuguesa a partir do ano de 2000;
3 - A queda acentuada da atividade económica e do emprego após 2008.
Como se explica o forte endividamento das empresas e das famílias que se verificou na viragem do milénio?
- A obrigação de pagamento das dívidas contraídas no passado constitui uma limitação ao crescimento futuro do consumo e do investimento, tanto das empresas como das famílias.O problema é agravado se a economia deixar de crescer, dificultando ainda mais quem tem dívidas por pagar.
- A explosão do crédito bancário ao setor privado nos finais do século XX e suas implicações, confirmaram a ideia de que andamos a viver acima das nossas possibilidades.
- Em Portugal, nos fins da década de 90, numa dada altura, foi decidido liberalizar o setor financeiro e os movimentos de capitais com o exterior. Ora quando um país liberaliza os movimentos internacionais de capitais, fá- lo com o objetivo de atrair investimento estrangeiro para a sua economia. Se uma economia for carente de liquidez, existem muitas oportunidades de investimento, quer seja em atividades produtivas, quer seja em atividades mais especulativas. Assim, a abertura de um país aos capitais externos, conduz frequentemente a um forte afluxo de investidores, que usam o seu dinheiro para adquirir diretamente ativos do país em causa, ou para conceder créditos aos bancos. Estes funcionam como intermediários no processo de financiamento da economia nacional.
Durante algum tempo, esta entrada de capitais no país, ajuda a criar riqueza, impulsionando o consumo e o investimento. Também a procura de ativos financeiros e bens imobiliários faz subir o preço desses ativos, estimulando ainda mais, o interesse dos especialistas internacionais. Ora quando se liberalizam os movimentos de capitais, o forte afluxo de recursos financeiros, permite que a economia cresça fortemente durante alguns anos, para que as empresas e as famílias acreditem que começou uma nova fase de crescimento sustentado. Porém, é muito difícil que os ritmos de crescimento verificados durante os anos de abundância de financiamento, se repitam no futuro: a certa altura, grande parte das oportunidades para realizar investimentos, com retorno, começam a diminuir. Na maioria das vezes, um forte endividamento é seguido de um fraco desempenho económico, e não por um período de forte crescimento. Porquê? Uma vez que as empresas e as famílias se encontram muito endividadas, o consumo e o investimento diminuem ou crescem mais lentamente, penalizado a atividade económica. Ora, menos crescimento económico, significa por sua vez, menos salários e menos lucros, tornando mais pesado o fardo da dívida para as empresas e para as famílias. Em suma, a economia vai ficando cada vez mais prisioneira da dívida. Mas, no nosso país, a liberalização da circulação de capitais foi acompanhada por uma vasta privatização do setor financeiro português, o que favoreceu comportamentos agressivos na oferta do crédito, por parte dos bancos. Além disso, a moeda europeia a partir de 1999, reduziu o risco de uma futura desvalorização cambial da moeda nacional. A perda de valor da moeda nacional, tende a ser vista pelos investidores estrangeiros, como um problema, dado que representa uma redução do valor dos seus investimentos em dólares ou noutras internacionais de referência como o euro. Assim, os investidores preferem habitualmente fazer as suas aplicações financeiras em países onde o risco de desvalorização é menor. No entanto a abundância de fundos não é uma boa notícia: se é verdade que sem financiamento uma economia não funciona, o excesso de liquidez disponível, pode levar uma economia a contrair mas crédito do que o que pode suportar a prazo.
Então como se explica o aumento do nível de endividamento das empresas e das famílias portuguesas a partir dos meados dos anos 90?
Ora se é verdade que,, em geral, as empresas mostraram ter capacidade para pagar as dívidas que contraíram, também é verdade, que o aumento dos encargos com o pagamento da dívida e dos juros respetivos, faz reduzir os recursos financeiros que tinham disponíveis para ouros fins. Ou seja: embora os elevados níveis de endividamento, não tenham deixado o setor privado insolvente, as empresas e as famílias endividadas passam a consumir e a investir menos que anteriormente . O que isto significa para o conjunto da economia?
Menos investimento e menos consumo, implicam menos produção, logo menos criação de emprego e menos rendimentos, logo, menos procura, menos investimento e menos consumo.Logo, a economia portuguesa tem maior dificuldade em pagar as dívidas contraídas no passado. A economia portuguesa cresceu pouco por dois motivos principais:
- os salários aumentaram demasiado, prejudicando a competitividade das exportações nacionais, ao mesmo tempo, que as importações continuam a crescer: o Estado acentuou os problemas promovendo uma economia baseada no betão, através do investimento público e das parcerias-público - privadas, para a construção de infra -estruturas. Estes fatores beneficiaram as atividades detentoras de bens e serviços pouco expostos à concorrência internacional, desviando recursos financeiros e humanos dos setores de atividade mais expostos à concorrência externa. Ou seja: mais salários, mais consumo, mais despesa e mais betão, levaram á diminuição das exportações e ao aumento das importações, endividando o país perante o exterior e limitando a possibilidade de crescimento económico. O fraco crescimento da economia, após o ano 2000, foi o resultado da combinação da liberalização financeira acelerada, da adesão de Portugal, à moeda única, com uma economia pouco preparada para tal, e de uma sucessão de choques competitivos.
Perante uma economia debilitada e a receber orientações dos dirigentes europeus, para ajudar a estabilizar a situação, os investidores internacionais começaram a exigir taxas de juro, cada vez mais elevadas, colocando o país à beira da insolvência, daí a degradação económica e social do país.
Então, qual o caminho a percorrer para um possível crescimento da economia?
Durante algum tempo, esta entrada de capitais no país, ajuda a criar riqueza, impulsionando o consumo e o investimento. Também a procura de ativos financeiros e bens imobiliários faz subir o preço desses ativos, estimulando ainda mais, o interesse dos especialistas internacionais. Ora quando se liberalizam os movimentos de capitais, o forte afluxo de recursos financeiros, permite que a economia cresça fortemente durante alguns anos, para que as empresas e as famílias acreditem que começou uma nova fase de crescimento sustentado. Porém, é muito difícil que os ritmos de crescimento verificados durante os anos de abundância de financiamento, se repitam no futuro: a certa altura, grande parte das oportunidades para realizar investimentos, com retorno, começam a diminuir. Na maioria das vezes, um forte endividamento é seguido de um fraco desempenho económico, e não por um período de forte crescimento. Porquê? Uma vez que as empresas e as famílias se encontram muito endividadas, o consumo e o investimento diminuem ou crescem mais lentamente, penalizado a atividade económica. Ora, menos crescimento económico, significa por sua vez, menos salários e menos lucros, tornando mais pesado o fardo da dívida para as empresas e para as famílias. Em suma, a economia vai ficando cada vez mais prisioneira da dívida. Mas, no nosso país, a liberalização da circulação de capitais foi acompanhada por uma vasta privatização do setor financeiro português, o que favoreceu comportamentos agressivos na oferta do crédito, por parte dos bancos. Além disso, a moeda europeia a partir de 1999, reduziu o risco de uma futura desvalorização cambial da moeda nacional. A perda de valor da moeda nacional, tende a ser vista pelos investidores estrangeiros, como um problema, dado que representa uma redução do valor dos seus investimentos em dólares ou noutras internacionais de referência como o euro. Assim, os investidores preferem habitualmente fazer as suas aplicações financeiras em países onde o risco de desvalorização é menor. No entanto a abundância de fundos não é uma boa notícia: se é verdade que sem financiamento uma economia não funciona, o excesso de liquidez disponível, pode levar uma economia a contrair mas crédito do que o que pode suportar a prazo.
Então como se explica o aumento do nível de endividamento das empresas e das famílias portuguesas a partir dos meados dos anos 90?
Ora se é verdade que,, em geral, as empresas mostraram ter capacidade para pagar as dívidas que contraíram, também é verdade, que o aumento dos encargos com o pagamento da dívida e dos juros respetivos, faz reduzir os recursos financeiros que tinham disponíveis para ouros fins. Ou seja: embora os elevados níveis de endividamento, não tenham deixado o setor privado insolvente, as empresas e as famílias endividadas passam a consumir e a investir menos que anteriormente . O que isto significa para o conjunto da economia?
Menos investimento e menos consumo, implicam menos produção, logo menos criação de emprego e menos rendimentos, logo, menos procura, menos investimento e menos consumo.Logo, a economia portuguesa tem maior dificuldade em pagar as dívidas contraídas no passado. A economia portuguesa cresceu pouco por dois motivos principais:
- os salários aumentaram demasiado, prejudicando a competitividade das exportações nacionais, ao mesmo tempo, que as importações continuam a crescer: o Estado acentuou os problemas promovendo uma economia baseada no betão, através do investimento público e das parcerias-público - privadas, para a construção de infra -estruturas. Estes fatores beneficiaram as atividades detentoras de bens e serviços pouco expostos à concorrência internacional, desviando recursos financeiros e humanos dos setores de atividade mais expostos à concorrência externa. Ou seja: mais salários, mais consumo, mais despesa e mais betão, levaram á diminuição das exportações e ao aumento das importações, endividando o país perante o exterior e limitando a possibilidade de crescimento económico. O fraco crescimento da economia, após o ano 2000, foi o resultado da combinação da liberalização financeira acelerada, da adesão de Portugal, à moeda única, com uma economia pouco preparada para tal, e de uma sucessão de choques competitivos.
Perante uma economia debilitada e a receber orientações dos dirigentes europeus, para ajudar a estabilizar a situação, os investidores internacionais começaram a exigir taxas de juro, cada vez mais elevadas, colocando o país à beira da insolvência, daí a degradação económica e social do país.
Então, qual o caminho a percorrer para um possível crescimento da economia?
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