A prioridade máxima da política económica dos próximos anos é a do crescimento económico. Sem crescimento económico, não podemos criar empregos de forma sustentada, não conseguiremos travar o novo movimento emigratório, nem a tão preocupante fuga de cérebros. Sem crescimento económico, não será possível aumentar salários de forma equilibrada e sustentada, nem travar o endividamento externo que ameaça penalizar ainda mais a economia nacional. O que fazer? Dar prioridade ao apoio e ao desenvolvimento do setor privado, principalmente, no que diz respeito às indústrias e aos setores mais inovadores. A aposta deverá ser feita, quer, nos setores exportadores, quer noutros setores nacionais mais dinâmicos, que, pela sua natureza, não participam nos mercados internacionais. Isto é: o retomar o sucesso nacional necessita de todos os setores, incluindo os exportadores e os não - transaccionáveis. Contudo uma agenda reformista que dê prioridade ao crescimento económico, não deve apenas implementar políticas públicas que promovam a produtividade e a competitividade. Devem ser estabelecidos objetivos e metas concretas, Uma meta de crescimento económico médio de cerca de 3% ao ano, é o mínimo que se pode exigir, para que a economia portuguesa crie empregos e para que os fenómenos do desemprego e da emigração tendam a diminuir. É importante recuperar a credibilidade da nossa política económica, pois, caso contrário, a nossa elevada dívida externa poderá não ser sustentável. Cumprir o objetivo do défice zero, será o caminho mais seguro e mais curto para conseguirmos recuperar a credibilidade perdida. Em quanto tempo é que poderemos atingir o tal défice zero? Até 2016.Porque sendo suposto que conseguiremos atingir os objetivos orçamentais actuais e de ter um défice orçamental abaixo dos 3% em 2013, é possível reduzir o défice em 1 ponto percentual até 2016. É preciso atingir a consolidação orçamental, através do corte das despesas públicas e não através do aumento da carga fiscal. Também é fundamental que a nossa taxa de cobertura aumente de forma significativa nos próximos anos, apostando num aumento das exportações nacionais, reduzindo as nossas importações, de modo a incentivar o equilíbrio da balança comercial, e, paralelamente um crescimento das remessas dos emigrantes, de modo a que seja conseguida uma melhoria do equilíbrio da balança comercial. Devemos também apostar nos produtos e marcas nacionais, valorizando-os e diferenciando-os ainda mais dos seus concorrentes nos mercados internacionais. Os consumidores preferem comprar nacional, porque sabem que estão a ajudar os produtores do seu país e estimular a criação de empregos. É crucial travar a emigração e a fuga de cérebros. Como? Crescer. Enquanto o crescimento económico não for retomado, não será possível criar empregos e subirem os salários. Sendo certo que o caminho trilhado nos últimos anos é insustentável, acredito que todos nós temos soluções para os nossos males. Acredito que os portugueses compreendem a gravidade da situação atual e aceitarão mudar substancialmente apenas algumas das políticas públicas levadas a cabo nos últimos anos: controlando o défice externo, fomentando o empreendedorismo nacional, criando incentivos à inovação e um maior dinamismo empresarial. Tenho a certeza que a economia nacional sairá ainda mais fortalecida da crise atual. Iremos sobreviver a esta crise e retomar o sucesso!
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