Os "países emergentes" são países em desenvolvimento com crescimentos económicos significativos, possuindo vantagens específicas com um elevado número de quadros técnicos e grandes recursos naturais. São países especializados no fabrico e exportação de produtos intensivos em conhecimento,( ex: Malásia, Singapura e Tailândia). São países especializados na exportação de matérias - primas com elevada intensidade de recursos naturais, ( ex: Brasil, Argentina, Chile). São países especializados em trabalho intensivo diversificado para as áreas de alta tecnologia, ( ex: China, Índia ). Portugal não tem tecnologia suficiente para competir com os países mais avançados nos sectores de alto valor acrescentado. Os países emergentes realizaram uma " Reorganização Global" dos processos produtivos, resultado de grandes investimentos directos estrangeiros ( IDE ) que receberam, face aos seus produtos internos brutos, que em 2005 atingiram um valor acumulado de 6% na Índia, 14% na China e 40% nos países de Leste. Na zona euro, nas suas importações de bens do exterior, os países emergentes aumentaram a posição de 12,5% em 1990 para 30% em 2006. Países como China e Índia, dado o seu elevado crescimento, têm oferecido oportunidades para Portugal, quer nas trocas comerciais, quer nas trocas de investimento. A Índia é uma das maiores economias do mundo, com taxas de crescimento anuais da ordem dos 7%. Ao contrário da China que apostou inicialmente na indústria para a sua exportação, a Índia apostou nos serviços. A Índia proporcionou serviços de subcontratação (outsourcing) a empresas de serviços ocidentais, em sectores topo de gama, como a informática, a consultoria e a saúde.
A população é muito jovem, pelo que nas universidades topo de gama ,chegam a existir 700 candidatos por vaga. As universidades estão a ter um grande desenvolvimento, saindo todos os anos 3 milhões de licenciados. Em sectores como a produção de energia eólica, o país é já um líder. O turismo é um sector de grandes potencialidades, pois o país tem cerca de 5 milhões de visitantes por ano, menos de metade de Portugal. A zona de Goa é uma das zonas de maior procura, dadas as suas praias e monumentos históricos portugueses, ainda que muitos se encontrem bastantes degradados. Espera -se um centro de turismo mundial. O pais tem uma enorme diversidade de paisagens e a norte estão a desenvolver o turismo de ski nos Himalaias.Face à China, existe a vantagem da língua inglesa. Recentemente as empresas portuguesas estão a apostar neste país, especialmente em nichos de mercado: no calçado e nas pescas onde já existem parcerias. Portugal deveria aproveitar os laços familiares existentes, em especial na zona de Goa, onde poderia investir no sector hoteleiro. Inversamente, existem muitas empresas indianas a globalizar -se e a investirem na Europa, em vários sectores. A China é hoje uma economia gigante com um crescimento anual significativo. Todos os países estão a tentar entrar no mercado chinês. Hoje existem pouco mais de 100 empresas portuguesas a comercializar com a China, das quais cerca de 25 têm feito investimentos. Trata -se de um mercado longínquo e de difícil entrada. As exportações portuguesas para a China são ainda pequenas. Os principais produtos são materiais de construção, cortiça, mármore, mosaicos vestuário, calçado, vinho e bebidas. A importação de bens da China será a opção de negócio mais simples. Qualquer empresa independentemente do tamanho, poderá facilmente importar produtos com todo o apoio das autoridades chinesas. São cada vez mais, os navios chineses que chegam ao porto de Sines, com produtos para o mercado ibérico, que têm custos de transporte mais baratos, ao regressarem com exportações. Assim, em vez do plástico para reciclar que levam de novo para a China, poderiam levar produtos de maior valor acrescentado. As empresas portuguesas poderiam enviar produtos como as mármores do Alentejo. Por outro lado, a nível do turismo, Portugal poderá captar mais turistas chineses: os chineses estão a ficar mais ricos e querem conhecer o Ocidente. O entretinimento, o desporto, a educação, a saúde ,os serviços financeiros e os transportes constituem várias oportunidades. No futebol, Figo e Ronaldo são bem conhecidos na China, permitindo a publicidade de marcas portuguesas com as suas imagens. O ensino da língua portuguesa e as trocas de cursos universitários podem ser outra opção. A deslocalização da produção parcial/ total para a China, é uma outra hipótese de negócio. Existem já várias empresas portuguesas utilizando esta opção, para sectores como os têxteis e o calçado, exportando depois para outros países para além de venderem em Portugal. Afirmam os países emergentes: Portugal é " o país que deu novos Mundos ao Mundo".