Neste momento, enfrentamos um problema de liquidez, um problema de solvência e um problema macroeconómico. Encontramo- nos numa primeira fase , numa espiral descendente, pelo que faz parte do inevitável processo de ajustamento: fazer os preços das casas a regressar a níveis equilibrados e eliminar o excesso de dívida que a nossa economia mantém. Mesmo com o novo capital disponibilizado pelo governo federal, os bancos não conseguirão, emprestar tanto quanto no seu passado. Os proprietários das casas não desejarão endividar-se da mesma maneira. As poupanças, que têm sido quase inexistentes, começarão a aumentar, algo que é bom para a economia a longo prazo, mas é mau para uma economia em recessão. Embora algumas das grandes empresas, possam na verdade, ter bastante dinheiro, muitas das pequenas empresas dependem do crédito, não só para efetuarem investimentos, mas também para fazerem face aos custos operativos. Este aspeto será mais dificil de solucionar. E o investimento em imóveis, fator preponderante para o nosso modelo de crescimento nos últimos seis anos, caiu +para níveis que não se registaram desde há vinte anos.
Pode-se apontar uma estratégia geral em cinco pontos:
1- Recapitalizar os bancos- com todas as perdas, os bancos ficaram sem capital suficiente e vai-lhes ser difícil conseguir capital, nas circunstâncias atuais. Neste sentido, o governo federal deve disponibilizar-lhes o capital necessário, a troco de participações com direito a voto. Mas as injeções de capital também resgatam os obrigacionistas. Atualmente o mercado não tem em conta as obrigações, dizendo que existe uma grande probabilidade de incumprimento. Terá por isso, de existir uma conversão forçada dessa dívida em capital. Assim, reduzir-se-á bastante o volume de ajuda necessária por parte do governo federal. Os economistas dizem que é preciso recapitalizar os bancos e disponibilizar dinheiro novo para compensar as perdas resultantes dos maus empréstimos.
Mas há questões relacionadas com este processo:a primeira é a de saber se a decisão é justa para os contribuintes; a resposta parece ser relativamente óbvia; os contribuintes sairiam a perder.
A segunda é a de tentar perceber se existe supervisão e restrições suficientes para evitar o regresso das más políticas do passado e garantir a concessão de novos empréstimos. Ao compararmos os termos exigidos pelo Reino Unido e os exigidos pelos Estados Unidos, saímos mais uma vez a perder.
A título de exemplo, nada impede os bancos de continuarem a fazer grandes pagamentos aos acionistas, à medida que vão recebendo dinheiro público.
A terceira questão é a de saber se existe dinheiro suficiente. Os bancos são tão pouco transparentes que ninguém consegue responder com segurança a esta questão, embora saibamos que a probabilidade de os bancos crescerem é grande. E a razão para tal é o facto de não ter sido feito quase nada para resolver problema de fundo.
2- Impedir a vaga de execuções hipotecárias- é necessário resolver o problema das execuções hipotecárias. É essencial ajudar as pessoas a conservarem as suas casas, transformando os juros das hipotecas e as deduções sobre o imposto do património em créditos fiscais convertíveis em dinheiro, reformando a lei de falência para permitir a agilização das reestruturações, capazes de baixar o valor das hipotecas nos casos em que os preços das casas lhes são inferiores, e apontando, inclusive, na concessão de empréstimos públicos e transferindo essas poupanças para os pobres e paraos proprietários com rendimentos médios.
3.-Aprovar um pacote de estímulos eficaz- por um lado é essencial aumentar os seguros contra o desemprego; por outro, se não ajudarmos os estados, eles terão de reduzir os gastos, face á diminuição das receitas fiscais, e essa redução conduzirá a uma contração económica.
No entanto, para verdadeiramente despertar a economia, Washington terá de investir no futuro.
O furacão Katrina e o colapso da ponte Mineápolis foram apenas dois avisos sinistros do quão descrépitas se tornaram as nossas infraestruturas.
Os investimentos em tecnologia e infraestruturas têm o potencial de estimular a economia a curto prazo e reforçar o crescimento a longo prazo
4-Recuperar a confiança através de reformas regulamentares-na origem dos problemas estão as más decisões dos bancos e as falhas na regulação. Há que saber abordá-las, se quisermos recuperar a confiança no nosso sistema financeiro. As estruturas do governo das sociedades que criaram estruturas de incentivos deformadas, concebidas para recompensar generosamente os diretores executivos das empresas, devem ser alteradas, tal como devem ser modificados muitos dos próprios sistemas de incentivos. Não se trata apenas do nível das recompensas, mas também da forma: as opções sobre ações sem transparência que oferecem incentivos para aumentar os rendimentos declarados, através da prática de uma contabilidade falsa.
5-Criar um organismo multilateral eficaz-como a economia mundial está cada vez mais interligada, é necessário desenvolvermos uma melhor supervisão mundial. é irreal pensarmos um mercado financeiro, A recente crise deu-nos um exemplo dos perigos: quando alguns governos estrangeiros começaram a oferecer garantias totais aos seus depósitos, o dinheiro começou a fluir na direção dos que pareciam ser paraísos fiscais.
Mesmo antes da crise se alastrar à escala global, Nicolas Sarkozy, sugeriu, no seu discurso na ONU, a realização de uma cimeira mundial para se lançarem as bases de uma maior regulação estatal que viesse a substituir a atual atitude conformista. Podemos estar perante um novo "momento Bretton Woods": quando o planeta saiu da Grande Depressão, e, da Segunda Guerra Mundial, houve a perceção de que era necessária uma nova ordem económica a nível mundial. É evidente que esta nova ordem não serve para o novo mundo globalizado. É preciso construir uma nova ordem económica para o Século XXI, introduzindo um novo organismo regulador a nível mundial.
Qual o caminho a seguir?
Estou convicta de que um programa abrangente como os pontos referidos atrás, não só se restabelecerá a confiança, como o desenvolvimento.
Pode-se apontar uma estratégia geral em cinco pontos:
1- Recapitalizar os bancos- com todas as perdas, os bancos ficaram sem capital suficiente e vai-lhes ser difícil conseguir capital, nas circunstâncias atuais. Neste sentido, o governo federal deve disponibilizar-lhes o capital necessário, a troco de participações com direito a voto. Mas as injeções de capital também resgatam os obrigacionistas. Atualmente o mercado não tem em conta as obrigações, dizendo que existe uma grande probabilidade de incumprimento. Terá por isso, de existir uma conversão forçada dessa dívida em capital. Assim, reduzir-se-á bastante o volume de ajuda necessária por parte do governo federal. Os economistas dizem que é preciso recapitalizar os bancos e disponibilizar dinheiro novo para compensar as perdas resultantes dos maus empréstimos.
Mas há questões relacionadas com este processo:a primeira é a de saber se a decisão é justa para os contribuintes; a resposta parece ser relativamente óbvia; os contribuintes sairiam a perder.
A segunda é a de tentar perceber se existe supervisão e restrições suficientes para evitar o regresso das más políticas do passado e garantir a concessão de novos empréstimos. Ao compararmos os termos exigidos pelo Reino Unido e os exigidos pelos Estados Unidos, saímos mais uma vez a perder.
A título de exemplo, nada impede os bancos de continuarem a fazer grandes pagamentos aos acionistas, à medida que vão recebendo dinheiro público.
A terceira questão é a de saber se existe dinheiro suficiente. Os bancos são tão pouco transparentes que ninguém consegue responder com segurança a esta questão, embora saibamos que a probabilidade de os bancos crescerem é grande. E a razão para tal é o facto de não ter sido feito quase nada para resolver problema de fundo.
2- Impedir a vaga de execuções hipotecárias- é necessário resolver o problema das execuções hipotecárias. É essencial ajudar as pessoas a conservarem as suas casas, transformando os juros das hipotecas e as deduções sobre o imposto do património em créditos fiscais convertíveis em dinheiro, reformando a lei de falência para permitir a agilização das reestruturações, capazes de baixar o valor das hipotecas nos casos em que os preços das casas lhes são inferiores, e apontando, inclusive, na concessão de empréstimos públicos e transferindo essas poupanças para os pobres e paraos proprietários com rendimentos médios.
3.-Aprovar um pacote de estímulos eficaz- por um lado é essencial aumentar os seguros contra o desemprego; por outro, se não ajudarmos os estados, eles terão de reduzir os gastos, face á diminuição das receitas fiscais, e essa redução conduzirá a uma contração económica.
No entanto, para verdadeiramente despertar a economia, Washington terá de investir no futuro.
O furacão Katrina e o colapso da ponte Mineápolis foram apenas dois avisos sinistros do quão descrépitas se tornaram as nossas infraestruturas.
Os investimentos em tecnologia e infraestruturas têm o potencial de estimular a economia a curto prazo e reforçar o crescimento a longo prazo
4-Recuperar a confiança através de reformas regulamentares-na origem dos problemas estão as más decisões dos bancos e as falhas na regulação. Há que saber abordá-las, se quisermos recuperar a confiança no nosso sistema financeiro. As estruturas do governo das sociedades que criaram estruturas de incentivos deformadas, concebidas para recompensar generosamente os diretores executivos das empresas, devem ser alteradas, tal como devem ser modificados muitos dos próprios sistemas de incentivos. Não se trata apenas do nível das recompensas, mas também da forma: as opções sobre ações sem transparência que oferecem incentivos para aumentar os rendimentos declarados, através da prática de uma contabilidade falsa.
5-Criar um organismo multilateral eficaz-como a economia mundial está cada vez mais interligada, é necessário desenvolvermos uma melhor supervisão mundial. é irreal pensarmos um mercado financeiro, A recente crise deu-nos um exemplo dos perigos: quando alguns governos estrangeiros começaram a oferecer garantias totais aos seus depósitos, o dinheiro começou a fluir na direção dos que pareciam ser paraísos fiscais.
Mesmo antes da crise se alastrar à escala global, Nicolas Sarkozy, sugeriu, no seu discurso na ONU, a realização de uma cimeira mundial para se lançarem as bases de uma maior regulação estatal que viesse a substituir a atual atitude conformista. Podemos estar perante um novo "momento Bretton Woods": quando o planeta saiu da Grande Depressão, e, da Segunda Guerra Mundial, houve a perceção de que era necessária uma nova ordem económica a nível mundial. É evidente que esta nova ordem não serve para o novo mundo globalizado. É preciso construir uma nova ordem económica para o Século XXI, introduzindo um novo organismo regulador a nível mundial.
Qual o caminho a seguir?
Estou convicta de que um programa abrangente como os pontos referidos atrás, não só se restabelecerá a confiança, como o desenvolvimento.