Durante a crise financeira os membros nórdicos da Zona Euro resgataram os seus homólogos do Sul, oferecendo enormes resgates financeiros e apoiando a promessa do Banco Central Europeu, de salvar o Euro, a qualquer custo. Contudo, quando a Alemanha, solicitou, recentemente um sistema de quotas para resolver o afluxo maciço de refugiados, os seus parceiros, não mostraram a mesma solidariedade. Agora, que a França, recuperando dos ataques de Paris, declarou guerra ao Estado Islâmico, outros países europeus, encolheram os ombros, murmuram condolências e esperam silenciosamente que o conflito não os afete. A inflação é clara: ainda que a Europa tenha feito progressos significativos em direção à União Orçamental, permanece muito longe da União Política.
Meio século depois da fundação de um mercado comum e 15 anos após o lançamento da moeda única, a Europa ainda não dispõe de uma força policial unificada e de uma política externa comum.
Alguns líderes europeus, defendem que a Europa deveria estar a acelerar os progressos em direção à União Orçamental, através de um regime comum de garantia de depósitos, um orçamento comum, eurobonds, uma maior patilha de riscos financeiros, e um sistema unificado de subsídios de desemprego, o mais rapidamente possível.
Mas na verdade, essas medidas só iriam agravar os defeitos estruturais da Zona Euro. Sustentariam falsos preços relativos - o resultado de uma bolha de crédito, inflacionaria ao Sul, que se formou após a adoção do Euro - que estão a impedir os países do Sul da Europa de recuperarem a competitividade.
Como resultado, o desemprego estrutural em França e no Sul da Europa persistiria.
Além disso, as medidas propostas, agravaram os problemas da dívida pública da Europa, ao reduzirem o diferencial das taxas de juro entre os países, ao sustentarem bolhas nos preços dos ativos e ao destruírem o papel de alocação de recursos no mercado de capitais. A desvantagem de fortalecer a União Orçamental da Europa não acaba por aqui: o progresso contínuo em direção à União Orçamental, significaria paradoxalmente, tornar mais improvável a União Política por uma simples, mas importante razão: França..
França que é de longe, a maior potência militar da Europa, impediu todas as tentativas de congregar as forças armadas da Europa. Em 1954, a Assembleia Nacional Francesa, rejeitou o tratado para a a Organização da Defesa da União Ocidental. Em 2005, França rejeitou a proposta da União Europeia, que poderia ter marcado o início do processo de unificação política. França, cujo sistema bancário e industrial está fortemente exposta ao Sul da Europa, é um dos principais beneficiários da União Orçamental. Quando a crise financeira global começou, a exposição dos bancos franceses à Grécia de 58 mil milhões de euros, era o dobro dos bancos alemães. Perante isto, é compreensível que a França prefira a União Orçamental à União Politica. Mas se outros países europeus aceitam esta preferência, e a Europa continua no seu caminho desequilibrado de integração, não há forma de convencer a França a apoiar a União Politica. Talvez o tráfico massacre terrorista em Paris altere a aversão francesa à integração política. Ao destacar que mesmo uma potência militar poderosa precisa, por vezes, de apoio, o ataque pode vir a tornar -se um fator decisivo no esforço de criar uma união política europeia.. Para que isso aconteça, os países da Europa, devem unir -se para ajudar a França na sua luta, contra o Estado Islâmico. Ao mesmo tempo, a França e outros países da União Europeia, devem ajudar a Alemanha, a Áustria, a Suécia a Hungria e a Eslovénia, a atenuarem a crise dos refugiados, aceitando um sistema de quotas.
Numa altura em que a Europa tenta construir uma união sustentável, estável e próspera, deve olhar para uniões de sucesso, como os EUA e a Suíça, para servirem de guias. Ambas as uniões, começaram com organizações de defesa militar e só mais tarde se desenvolveram como uniões orçamentais. Foram necessárias décadas, senão séculos, para se conseguirem orçamentos públicos consideráveis e para se começarem a envolver na redistribuição de rendimentos.
É tempo da União Europeia mudar a sua abordagem de integração. Em vez de continuar a insistir numa integração orçamental desequilibrada, deve trabalhar no sentido de implementar elementos chave da união política, incluindo uma força policial integrada, uma legislação de asilo comum, e, acima de tudo, um exército unido.
Na realidade, o projeto europeu refere - se ao esforço de uma construção de uma Europa próspera e pacífica, através de uma crescente integração social e económica. Esse esforço começou há mais de 60 anos com a formação da Comunidade do Carvão e do Aço. O trabalho continuou com a criação do Mercado Comum em 1959, incluindo as novas democracias na Europa do Sul; o Ato Único Europeu, assegurando a livre circulação de pessoas e bens, o alargamento posterior da União Europeia aos antigos países comunistas, o acordo de Schengen, que removeu muitos controlos de fronteira no continente, e, a criação de uma moeda única europeia..
Durante muito tempo, o projeto europeu correu bem, com a Europa a crescer firmemente próspera, pacífica e livre. Contudo, o projeto europeu, foi criando uma crescente interdependência sem criar instituições.
O que preocupa os europeus?
À primeira vista, a crise financeira, a crise dos refugiados e os ataques terroristas, podem parecer não ter nada em comum. Mas em cada um dos casos, a capacidade da Europa para se proteger, foi minada pela união imperfeita. Na crise financeira, existe um consumo alargado entre os economistas, de que as aflições da Europa, eram principalmente causadas pelas mudanças de humor, entre os investidores privados que gastaram dinheiro no Sul da Europa, após a criação do euro, e, depois abruptamente reverteram a tendência.
No caso dos refugiados, as políticas de imigração, em geral, são más em todo o lado, no entanto, a Europa, ainda está a tentar manter abertas as fronteiras internas, ao mesmo tempo, que deixa a gestão das fronteiras nas mãos de governos nacionais, como o da Grécia empobrecida e devastada pela austeridade. Quanto ao terrorismo, nenhuma sociedade livre, pode estar segura contra ataques.
Idealmente, a Europa responderá a estes problemas reforçando a sua união, criando mais instituições
necessárias para gerir a interdependência. Mas a vontade política, para este tipo de medidas,parece faltar.
Os líderes europeus estão e muito bem, preocupados num projeto europeu danificado no seu todo.
Qual a alternativa realista? É difícil responder.Mas é importante a União Europeia mudar a sua abordagem de integração, mantendo -se mais coesa, nas vertentes económica e política.
França que é de longe, a maior potência militar da Europa, impediu todas as tentativas de congregar as forças armadas da Europa. Em 1954, a Assembleia Nacional Francesa, rejeitou o tratado para a a Organização da Defesa da União Ocidental. Em 2005, França rejeitou a proposta da União Europeia, que poderia ter marcado o início do processo de unificação política. França, cujo sistema bancário e industrial está fortemente exposta ao Sul da Europa, é um dos principais beneficiários da União Orçamental. Quando a crise financeira global começou, a exposição dos bancos franceses à Grécia de 58 mil milhões de euros, era o dobro dos bancos alemães. Perante isto, é compreensível que a França prefira a União Orçamental à União Politica. Mas se outros países europeus aceitam esta preferência, e a Europa continua no seu caminho desequilibrado de integração, não há forma de convencer a França a apoiar a União Politica. Talvez o tráfico massacre terrorista em Paris altere a aversão francesa à integração política. Ao destacar que mesmo uma potência militar poderosa precisa, por vezes, de apoio, o ataque pode vir a tornar -se um fator decisivo no esforço de criar uma união política europeia.. Para que isso aconteça, os países da Europa, devem unir -se para ajudar a França na sua luta, contra o Estado Islâmico. Ao mesmo tempo, a França e outros países da União Europeia, devem ajudar a Alemanha, a Áustria, a Suécia a Hungria e a Eslovénia, a atenuarem a crise dos refugiados, aceitando um sistema de quotas.
Numa altura em que a Europa tenta construir uma união sustentável, estável e próspera, deve olhar para uniões de sucesso, como os EUA e a Suíça, para servirem de guias. Ambas as uniões, começaram com organizações de defesa militar e só mais tarde se desenvolveram como uniões orçamentais. Foram necessárias décadas, senão séculos, para se conseguirem orçamentos públicos consideráveis e para se começarem a envolver na redistribuição de rendimentos.
É tempo da União Europeia mudar a sua abordagem de integração. Em vez de continuar a insistir numa integração orçamental desequilibrada, deve trabalhar no sentido de implementar elementos chave da união política, incluindo uma força policial integrada, uma legislação de asilo comum, e, acima de tudo, um exército unido.
Na realidade, o projeto europeu refere - se ao esforço de uma construção de uma Europa próspera e pacífica, através de uma crescente integração social e económica. Esse esforço começou há mais de 60 anos com a formação da Comunidade do Carvão e do Aço. O trabalho continuou com a criação do Mercado Comum em 1959, incluindo as novas democracias na Europa do Sul; o Ato Único Europeu, assegurando a livre circulação de pessoas e bens, o alargamento posterior da União Europeia aos antigos países comunistas, o acordo de Schengen, que removeu muitos controlos de fronteira no continente, e, a criação de uma moeda única europeia..
Durante muito tempo, o projeto europeu correu bem, com a Europa a crescer firmemente próspera, pacífica e livre. Contudo, o projeto europeu, foi criando uma crescente interdependência sem criar instituições.
O que preocupa os europeus?
À primeira vista, a crise financeira, a crise dos refugiados e os ataques terroristas, podem parecer não ter nada em comum. Mas em cada um dos casos, a capacidade da Europa para se proteger, foi minada pela união imperfeita. Na crise financeira, existe um consumo alargado entre os economistas, de que as aflições da Europa, eram principalmente causadas pelas mudanças de humor, entre os investidores privados que gastaram dinheiro no Sul da Europa, após a criação do euro, e, depois abruptamente reverteram a tendência.
No caso dos refugiados, as políticas de imigração, em geral, são más em todo o lado, no entanto, a Europa, ainda está a tentar manter abertas as fronteiras internas, ao mesmo tempo, que deixa a gestão das fronteiras nas mãos de governos nacionais, como o da Grécia empobrecida e devastada pela austeridade. Quanto ao terrorismo, nenhuma sociedade livre, pode estar segura contra ataques.
Idealmente, a Europa responderá a estes problemas reforçando a sua união, criando mais instituições
necessárias para gerir a interdependência. Mas a vontade política, para este tipo de medidas,parece faltar.
Os líderes europeus estão e muito bem, preocupados num projeto europeu danificado no seu todo.
Qual a alternativa realista? É difícil responder.Mas é importante a União Europeia mudar a sua abordagem de integração, mantendo -se mais coesa, nas vertentes económica e política.
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