A Economia Portuguesa enfrentou um conjunto de problemas desde 2010. Entre eles é de referir, o da perda de competitividade nas produções em setores tradicionais que continuassem a assentar no trabalho manual pouco qualificado, face à tendência dos países industrializados se abastecerem de bens de consumo corrente de massa e banalizados aos menores custos.Tudo isto, por não se assistir a uma deslocação dos fatores de competitividade setorial para a qualificação/criatividade dos recursos humanos, a acumulação de capital e a organização de redes de fornecedores e de distribuição. Ao mesmo tempo, o país enfrentava uma forte concorrência pela captação do investimento internacional, na área da indústria e dos serviços, exigindo estratégias mais estruturadas para atrair clusters de investimentos que mutuamente se articulavam com a estrutura produtiva existente. Como fatores de atratividade, são de salientar a capacidade de controlo sobre finanças públicas e de redução de inflação, a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das empresas, a qualidade dos recursos humanos, a disponibilidade de infra -estruturas internacionais, a posição geográfica do País e a qualidade de vida urbana. Houve também dificuldades em aumentar as exportações de bens e serviços para enfrentar um possível aumento significativo do preço do petróleo e do gás, criando problemas na balança de pagamentos.
Todavia, considerou -se que todas as possíveis evoluções da economia global, criaram oportunidades a um país como Portugal, como por exemplo:
- A criação de redes mundiais de abastecimento por parte dos grandes operadores internacionais e de serviços, tornando possível às empresas portuguesas, com domínio de modernas tecnologias produtivas e capacidade de inovação, competir com fornecedores integradas nessas redes com capacidade de ascender a funções de maior complexidade e valorização;
- A forte dinâmica de uma multiplicidade de serviços internacionais, com graus diferentes de exigência, quanto às qualificações e de infra - estruturas internacionais, assegurando ritmos de crescimento e de criação de emprego sustentados;
- A localização do país numa posição central na bacia do Atlântico, constitui uma vantagem para os operadores industriais que queiram simultaneamente aceder, de um mesmo ponto, aos mercados da Europa, quer para certo tipo de componentes, quer para produtos finais.
É de salientar que o modo como a União Europeia se encontrava estruturada e as evoluções previsíveis, apontavam igualmente para para um conjunto de fatores susceptíveis de serem utilizados por Portugal para acelerar o seu crescimento e alcançar um melhor posicionamento no espaço da União Europeia.
Tais fatores são:
1 - O acesso a um grande mercado, suportado por infra -estruturas de transportes e comunicações modernas, onde surgiram novas oportunidades industriais portuguesas, na base de fatores de competitividade, relativamente aos nossos concorrentes extra - europeus(graças à flexibilidade e rapidez dos processos comerciais decorrentes da ausência de fronteiras).
2 - As potencialidades de crescimento oferecidas por um conjunto de serviços destinados aos mercados europeus, desde o turismo, aos serviços de saúde, até aos serviços de back-office ou de formação - constituem oportunidades para Portugal compensar algumas dificuldades a enfrentar na criação de empregos na área industrial;
3 - A possibilidade de obtenção de financiamentos externos dirigidos à melhoria das condições de infra - estruturas que permitam a Portugal participar nas redes de logística global.
Numa pequena economia aberta, como a portuguesa, a obtenção de taxas de crescimento que permitam reduzir o atual desnível em relação aos parceiros da União Europeia, explorando a dinâmica da globalização, depende da melhoria da competitividade global da economia, traduzida numa evolução da estrutura produtiva e da especialização internacional que permita atingir dois objetivos:
- Aumentar as quotas de mercado em produtos(bens e serviços) e em destinos geográficos que revelem taxas de crescimento superiores à média da economia europeia;
- Evoluir com êxito para segmentos mais dinâmicos e de maior valor acrescentado, nos mercados em que a economia portuguesa está atualmente mais presente.
Todo o conjunto de transformações da estrutura produtiva não poderá reduzir -se a escolhas simples, deverá ser pensado um conjunto de combinações no quadro de cenários alternativos da estrutura produtiva e da especialização internacional, por:
- Um papel central desempenado pelos setores têxtil/vestuário e calçado, com estratégias de competitividade centradas na melhoria da qualidade e da inovação dos produtos e na modernização dos processos produtivos, contribuindo para a mudança de imagem do país, como produtor de bens mais elaborados. Nesta estratégia, inclui -se a criação de marcas próprias a comercializar na Europa,mantendo -se o papel preponderante de distribuição de controlo externo.
- Um crescimento do turismo, com uma mais forte presença no mercado espanhol, especialmente junto das camadas médias e da gama mais baixa do mercado europeu, assegurando elevadas taxas de ocupação.
-Um desenvolvimento de atividades de clusters como ourivesaria, produtos de alta qualidade e pela alteração na fileira pasta/papel de um segmento de fibras celulósicas .
Portugal na sua abertura ao exterior definiu -se como periferia europeia de baixos salários e mão - de - obra barata sem grande qualificação, orientada para a produção industrial de bens de consumo de massa, para o aproveitamento de matérias - primas florestais e como destino turístico de sol e praia. Ora a globalização veio retirar funções às periferias de baixos salários de cada uma das regiões mais desenvolvidas do mundo, transferindo essas funções para a China, tornando possível a emergência de menos destinos de sol e praia acessíveis à população europeia.Por outro lado, a adesão dos países da Europa de Leste à União Europeia, representou um 2ºchoque externo de grande impacto, porque a abertura política do Leste Europeu e a sua adesão à União Europeia vieram trazer uma forte competição a Portugal não só no comércio externo, como na atração de investimento direto estrangeiro em setores mais exigentes em qualificação. Também o choque energético, levou a um aumento do valor das importações, ficando a economia portuguesa muito dependente do valor dos combustíveis.Por último a adesão à União Europeia, desincentivou a orientação exportadora, reforçou a atratividade dos investimentos nos setores mais abrigados da competição internacional e mais dependentes do mercado interno, aumentou a componente importada do consumo privado, traduzindo -se numa perda cada vez maior da competitividade da economia e num acentuar da inflação dos preços nos setores menos expostos à concorrência.
Quais são as reformas estruturais para competir e crescer na globalização?
- Reforçar a competitividade fiscal, não só no que respeita à tributação das empresas, como à tributação dos rendimentos do trabalho, para não penalizar as melhores qualificações e competências;
-Qualificar recursos humanos no que respeita ao melhoramento do ensino básico e secundário, com base numa maior competição na oferta de serviços, e numa muito maior liberdade de escolha por parte das famílias que permitissem difundir mais rapidamente as modificações de conteúdos, métodos e valores cruciais para vencer , na economia baseada no conhecimento, num contexto das sociedades competitivas. No que respeita ao ensino universitário, deverá continuar o apoio à sua internacionalização, através de parcerias de escolas superiores com investidores estrangeiros;
- Reorganizar o envolvimento dos indivíduos no mercado de trabalho, diferenciando -o ao longo da vida ativa e prolongando esta, sob formas compatíveis com a qualidade de vida;
- Dispor de infra - estruturas de comunicação e informação até ao consumidor final.
A economia portuguesa necessita duma abertura de oportunidades do mercado exterior para que se justifique um aumento substancial e continuado do investimento do setor exportador;duma dinâmica do mercado interno, tendo em conta a atração do rendimento vindo do exterior, não só como turismo, mas como acolhimento de dezenas de milhares de residentes vindos da Europa, que podem contribuir para animar as atividades imobiliárias e de construção, utilizando ativos como crédito malparado; dum aumento substancial da produtividade dos fatores de capital, conhecimento, tecnologia e capital, quer nos setores exportadores, quer nos setores mais protegidos da concorrência internacional.
Portugal tem vantagens em estabelecer parcerias para a globalização:
- Com empresas que realizem IDE em Portugal, orientado para a exportação de bens e serviços.
- Com fundos soberanos ou grandes empresas globais que se tornem parceiros no capital das empresas dos setores infra -estruturais.
- Com Estados que venham a integrar no futuro, um consórcio de credores que tenham adquirido dívida soberana indexada ao crescimento da economia.
Portugal na sua abertura ao exterior definiu -se como periferia europeia de baixos salários e mão - de - obra barata sem grande qualificação, orientada para a produção industrial de bens de consumo de massa, para o aproveitamento de matérias - primas florestais e como destino turístico de sol e praia. Ora a globalização veio retirar funções às periferias de baixos salários de cada uma das regiões mais desenvolvidas do mundo, transferindo essas funções para a China, tornando possível a emergência de menos destinos de sol e praia acessíveis à população europeia.Por outro lado, a adesão dos países da Europa de Leste à União Europeia, representou um 2ºchoque externo de grande impacto, porque a abertura política do Leste Europeu e a sua adesão à União Europeia vieram trazer uma forte competição a Portugal não só no comércio externo, como na atração de investimento direto estrangeiro em setores mais exigentes em qualificação. Também o choque energético, levou a um aumento do valor das importações, ficando a economia portuguesa muito dependente do valor dos combustíveis.Por último a adesão à União Europeia, desincentivou a orientação exportadora, reforçou a atratividade dos investimentos nos setores mais abrigados da competição internacional e mais dependentes do mercado interno, aumentou a componente importada do consumo privado, traduzindo -se numa perda cada vez maior da competitividade da economia e num acentuar da inflação dos preços nos setores menos expostos à concorrência.
Quais são as reformas estruturais para competir e crescer na globalização?
- Reforçar a competitividade fiscal, não só no que respeita à tributação das empresas, como à tributação dos rendimentos do trabalho, para não penalizar as melhores qualificações e competências;
-Qualificar recursos humanos no que respeita ao melhoramento do ensino básico e secundário, com base numa maior competição na oferta de serviços, e numa muito maior liberdade de escolha por parte das famílias que permitissem difundir mais rapidamente as modificações de conteúdos, métodos e valores cruciais para vencer , na economia baseada no conhecimento, num contexto das sociedades competitivas. No que respeita ao ensino universitário, deverá continuar o apoio à sua internacionalização, através de parcerias de escolas superiores com investidores estrangeiros;
- Reorganizar o envolvimento dos indivíduos no mercado de trabalho, diferenciando -o ao longo da vida ativa e prolongando esta, sob formas compatíveis com a qualidade de vida;
- Dispor de infra - estruturas de comunicação e informação até ao consumidor final.
A economia portuguesa necessita duma abertura de oportunidades do mercado exterior para que se justifique um aumento substancial e continuado do investimento do setor exportador;duma dinâmica do mercado interno, tendo em conta a atração do rendimento vindo do exterior, não só como turismo, mas como acolhimento de dezenas de milhares de residentes vindos da Europa, que podem contribuir para animar as atividades imobiliárias e de construção, utilizando ativos como crédito malparado; dum aumento substancial da produtividade dos fatores de capital, conhecimento, tecnologia e capital, quer nos setores exportadores, quer nos setores mais protegidos da concorrência internacional.
Portugal tem vantagens em estabelecer parcerias para a globalização:
- Com empresas que realizem IDE em Portugal, orientado para a exportação de bens e serviços.
- Com fundos soberanos ou grandes empresas globais que se tornem parceiros no capital das empresas dos setores infra -estruturais.
- Com Estados que venham a integrar no futuro, um consórcio de credores que tenham adquirido dívida soberana indexada ao crescimento da economia.
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